Objetivou-se com o presente estudo avaliar a influência de teores crescentes da palma forrageira na dieta sobre o desempenho, comportamento ingestivo, viabilidade econômica e produção microbiana de novilhas mestiças 3/4 Holandês-Zebu. Foram utilizadas vinte e quatro novilhas ¾ Holandês-Zebu com peso corporal médio inicial de 163,00 ± 18 kg, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e seis repetições. Utilizaram-se silagem de sorgo como volumoso, concentrado e teores crescentes de palma forrageira na dieta (0, 200, 400 e 600 g kg-1). Quanto ao desempenho das novilhas, não houve diferença para altura à cernelha, perímetro torácico e conversão alimentar entre os tratamentos. O ganho de peso diário médio variou de 1,18 kg a 0,78 kg para os teores de 0,00 e 600,00 g kg-¹ de palma na dieta. Os pesos corporais finais avaliados variaram de forma quadrática em função dos tratamentos. Os consumos de matéria seca, e em relação à porcentagem de peso corporal, de fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína em relação ao peso corporal e proteína bruta variaram de forma linear decrescente. Os consumos de fibra em detergente neutro corrigida para cinza e proteína, carboidratos não fibrosos e nutrientes digestíveis totais, os dados ajustaram de forma quadrática. A digestibilidade da matéria seca e da proteína bruta não diferiu entre os tratamentos. Os teores dos nutrientes digestíveis totais responderam de forma linear decrescente com a inclusão da palma forrageira. Os parâmetros de comportamento ingestivo com a adição da palma forrageira na dieta afetaram o tempo despendido na atividade de alimentação de forma linear crescente. O modelo ajustado apresentou um comportamento quadrático e o maior tempo estimado ruminando foi de 459,34 minutos dia-1, correspondendo ao teor máximo de 435,57g kg-¹ de palma forrageira na dieta e o menor tempo em ócio foi de 716,81 minutos dia-1, correspondendo ao tempo máximo de 568,87 g kg-¹ de palma forrageira na dieta. A eficiência de alimentação e ruminação (kg de MS e FDN hora-¹) apresentou comportamento linear decrescente. Conclui-se que é viável a inclusão de 400 g kg-¹ da palma forrageira quanto ao desempenho e viabilidade econômica na dieta de novilhas leiteiras. Quanto ao balanço de compostos nitrogenados e à produção de proteína microbiana, foram influenciados pela inclusão de palma na dieta das novilhas através dos valores observados para o nitrogênio digerido e retido, o que pode estar relacionado aos efeitos similares encontrados para o consumo de nitrogênio e nas excreções de nitrogênio nas fezes e urina. O nitrogênio digerido em porcentagem do ingerido e o nitrogênio retido em porcentagem do ingerido e digerido não apresentaram diferença com a inclusão de palma na dieta, sendo observado valor de 66,29; 62,53 e 94,28%, respectivamente. A concentração de nitrogênio uréico na urina das novilhas apresentou efeito quadrático com ponto de máxima excreção no nível de 275,80 g kg-¹ de palma forrageira na dieta. Em consequência, a excreção de nitrogênio uréico e ureia na urina apresentaram efeito semelhante com pontos de máxima excreção nos níveis de 293,75 e 319,00 g kg-¹ de palma forrageira na dieta. A concentração de nitrogênio uréico no plasma não apresentou diferença, com valor de 13,19 mg dL-¹. A síntese de nitrogênio e proteína bruta microbiana apresentou efeito quadrático. A eficiência microbiana não foi influenciada pela inclusão da palma forrageira na dieta com valor médio de 108,10 g PBmic kg-1 de NDT. Objetivou-se, ainda no trabalho, analisar os efeitos da palma forrageira ou silagem de sorgo como dieta exclusiva sobre o consumo e a digestibilidade de novilhas leiteiras. Utilizaram-se 12 novilhas leiteiras (3/4 holandês zebu), com peso corporal médio inicial de 220,00 ± 13 kg, distribuídas em delineamento inteiramente casualizado, com dois tratamentos e seis repetições. Avaliaram-se os consumos de matéria seca e dos demais nutrientes e as digestibilidades da MS, PB, FDNcp, CNF e EE. Não houve diferenças significativas no consumo de matéria seca e os demais nutrientes, exceto para o consumo da FDNcp e da FDNcp em % PC foi significativa e superior para o tratamento com silagem de sorgo em relação à palma forrageira. A digestibilidade da MS, PB, EE, CNF e NDT foi significativa e superior para as novilhas alimentadas exclusivamente com palma, porém, a digestibilidade da FDNcp não diferiu entre os tratamentos. O uso exclusivo da palma forrageira ou silagem de sorgo não é indicado por não atender às exigências nutricionais de novilhas.
Palavras-chave: Opuntia, Sorghum, desempenho, comportamento, viabilidade, proteína microbiana